A mais antiga e única sobrevivente das Sete Maravilhas do Mundo Antigo e provavelmente a estrutura megalítica mais familiar e mais misteriosa em todo o mundo é a Grande Pirâmide de Gizé. Mede 137 metros de altura, mas quando foi acabada de construir tinha 142 m. Foi o edifício mais alto da Terra até ao Século XIII. Hoje em dia, desapareceu o seu revestimento de fino calcário branco e uma pequena pirâmide revestida a ouro que ocupava o topo do monumento. Com o seu enorme tamanho e peso, fazem com que a sua construção continue a ser um dos maiores mistérios da engenharia, tornando-se num símbolo não só do Egipto da antiguidade como também de tudo o que é oculto e misterioso. A grande pirâmide situa-se perto da cidade do Cairo, erguendo-se na margem ocidental do Nilo, na necrópole de Gizé, um complexo de monumentos antigos que no tempo dos faraós fez parte da antiga cidade de Mênfis. Os egiptólogos em geral concordam em que a pirâmide foi construída cerca de 2650 a. C. servindo de túmulo do faraó Khufu (Quéops). Todavia, o corpo do faraó nunca foi encontrado no interiot da pirâmide, tão pouco se encontraram inscrições que identificassem a sua função, por isso alguns investigadores defendem teorias que continuam a espantar e a maravilhar, milhares de anos após a sua construção. Uma dessas fantásticas teorias defende que terá sido construída com a ajuda de extraterrestres.
A Grande Pirâmide é a maior das 3 pirâmides da necrópole de Gizé. A sudoeste está a ligeiramente mais pequena Pirâmide de Khafre (Quéfren), um dos filhos de Khufu e o suposto construtor da Grande Esfinge. Mais para sudoeste fica a muito mais pequena Pirâmide de Menkaure, filho e sucessor de Quéfren.
Os lados da enorme pirâmide estão cuidadosamente alinhados com os 4 pontos cardeais e têm uma precisão de até 3 minutos de um arco. Foram utilizados mais de 2 milhões de blocos de pedra na sua construção, cada um pesando mais de duas toneladas. Foi calculado que a área ocupada pela pirâmide poderia conter a Catedral de S. Pedro, em Roma, as catedrais de Florença e de Milão, a Abadia de Westminster e a Catedral de São Paulo, em Londres.
A estrutura contém 3 câmaras ligadas por passagens descendentes e ascendentes. A mais baixa destas câmaras é conhecida como a Câmara Inacabada. Esta estrutura foi toscamente escavada no chão de pedra, 30 m abaixo do nível do solo, e acredita-se que representa uma primeira proposta para a localização do sarcófago de Khufu, que aparentemente mudou de ideias e mandou construir uma outra câmara num nível superior. A câmara central é conhecida como a Câmara da Rainha, fica exactamente no meio do lado norte e do lado sul da pirâmide e é a mais pequena das 3, medindo aproximadamente 5,5 metros por 5,2 metros, com um tecto pontiagudo que se ergue até aos 6 metros. O chão mal acabado da Câmara foi explicado por muitos investigadores como resultado do abandono dos trabalhos antes de ficar completa.
Localizado no coração da pirâmide fica a Câmara do Rei. Uma estrutura inteiramente em granito e mede 10,5 metros de leste a oeste, 5,1 metros de norte a sul e tem 5,7 metros de altura. Perto da parede oeste da câmara fica o sarcófago do rei, que supostamente conteve outrora o corpo de Khufu, apesar de não haver indícios de que alguém lá tenha sido sepultado. O sarcófago foi esculpido numa única peça de granito vermelho e é vinte e cinco milímetros mais largo que a entrada para a Câmara do Rei.
A outra grande característica do interior da Grande Pirâmide é a Grande Galeria, um feito arquitectónico espantoso. Esta passagem foi construída como uma continuação do corredor ascendente e tem 46,5 metros de comprimento e 8,4 metros de altura. Ainda por explicar estão as misteriosas condutas, duas das quais sobem a partir das câmaras do rei e da rainha. Pensou-se que eram condutas de ventilação mas agora acredita-se que estas estreitas passagens tinham um significado religioso. As condutas parecem estar astronomicamente alinhadas e estão provavelmente ligadas à antiga crença egípcia de que as estrelas eram habitadas pelos deuses e pelas almas dos mortos.
Um dos maiores enigmas da Grande Pirâmide é como foi organizado e levado a cabo um projecto de engenharia tão vasto. Como é que blocos de pedra tão grandes, alguns pesando mais de 40 toneladas, foram transportados, erguidos e colocados com tanta precisão? Algumas destas pedras foram trazidas de Aswan, 998 km a sul de Gizé.
Os egiptólogos acreditam que a Grande Pirâmide foi construída ao longo de um período de menos de 23 anos e terminada cerca de 2560 a. C. Existem algumas pistas para os métodos de construção em relevo egípcios presentes no túmulo do oficial Ti da quarta dinastia (2489-2345 a. C.) em Saqqara, que mostram equipas de trabalhadores utilizando cordas e trenós para arrastarem obeliscos e estátuas gigantescas.
Um lugar onde podemos aprender muito sobre os métodos de corte de pedra egípcia é a partir do chamado obelisco inacabado. Aqui temos um obelisco de granito com 1.000 toneladas, abandonado no meio da sua construção por causa de uma brecha. Nas suas laterais podemos observar como essa pedra foi separada da pedreira através de um método que consistia em uma equipa de trabalhadores alinhados lado a lado e bater suas secções com um martelo de diorite. Uma tarefa externamente lenta, mas eventualmente acabaria por surtir efeitos. Depois, eles fariam a mesma coisa na parte inferior do bloco e em seguida, o bloco seria arrancado utilizando alavancas. Após as pedras serem desbastadas com pedras, eles iriam começar a limpá-los e polidos através de um método relativamente simples: uma superfície plana que usava para esfregar contra a pedra, usando areia como abrasivo. As várias partículas minerais encontrados na areia são realmente duras o suficiente para poder polir pedras duras como granito.
Os egípcios tinham uma grande variedade de maneiras para cortar granito, envolvendo principalmente cobre e areia. Existem registos destas serras de cobre em três estilos básicos. Um deles, era uma serra de madeira usada por duas pessoas. Outro tipo, era uma serra pequena com um cabo de madeira e, finalmente, havia uma serra tubular para fazer furos em granito e outras pedras.
Há uma abundância de marcas de serra em pedras de granito no Egipto, como as pedreiras de granito, bem como o famoso sarcófago de granito na Grande Pirâmide. Embora, serrar granito com o cobre ser muito caro, pois o cobre desgasta-se muito rapidamente, por isso o trabalho de serra era reservado principalmente para projetos reais, como a do sarcófago. Assim, a maioria do trabalho com granito, era realizado com pedras e cinzéis.
No entanto, para os defensores da tese dos Deuses Astronautas, o trabalho com as pedras no antigo Egipto foi um trabalho realizado com o auxílio de extraterrestres com a utilização de ferramentas com ponta de diamante.
É importante lembrar que a maior parte da pirâmide não é feita em granito, com excepção de algumas secções, tais como o telhado que suporta a câmara do rei. A maioria das pedras utilizadas eram de areia e pedra calcária. Cerca de 85 % da pedra usada na construção das pirâmides é de arenito relativamente macio que foi extraído perto do local, pois a grande pirâmide foi construída no meio de uma pedreira de arenito maciço. Os outros 15 % das pedras, como o calcário e granito, teriam que ser trazidos de um local um pouco mais distante. Então, isso levanta outra questão:
Como transportaram eles as pedras? Para os defensores dos Deuses astronautas, a única opção é a levitação e em seguida, transportaram-se através do ar por algum tipo de dispositivo. Talvez até mesmo um dispositivo portátil como uma espécie de arma de feixe.
Na tese dos defensores dos Deuses Astronautas, fica a faltar a explicação da existência de tantas representações da utilização de trenós de madeira para mover os blocos de todos os tamanhos, incluindo obeliscos de 1.000 toneladas.
O transporte das pedras, mesmo vindas de longe, não parece muito difícil tendo em conta que o Nilo pode ter sido usado para levar os blocos até Gizé. Para erguê-los até à posição final, os egiptólogos sugerem que foram construídas rampas de lama, tijolo e entulho sobre planos inclinados. Os blocos seriam então arrastados sobre trenós pelas rampas, até atingirem a altura necessária. Os restos de tais rampas foram encontrados na pirâmide Sinki, em Abidos Sul, e na pirâmide Sekhemkhet, em Saqqara. Os egípcios até tinham um hieróglifo para o “trenó”. Na verdade, três desses trenós foram encontrados por arqueólogos e dispunham de locais para prender cordas feitas de papiro e outros materiais e algumas delas com uma grande circunferência, o que sugere que foram utilizadas para objectos extremamente pesados.
Comprovadamente, foram usados barcos para transportar as pedras as e até foi escavado um canal desde o Nilo até ao local da construção, para que nenhuma pedra teve de ser arrastado muito longe.
Os defensores dos Deuses Astronautas, defendem teorias interessantes relativamente ao método de construção da pirâmide, até porque teorias alternativas se tem mostrado difíceis de comprovar, tal como a que sustenta que teria sido construída uma única rampa que teria de se estender por mais de uma milha, e teria que ter tinha mais pedras nele do que a própria pirâmide.
Existe ainda uma engenhosa teoria que defende que as pedras rolaram literalmente pela rampa acima até à pirâmide, utilizando aparelhos de madeira feitos de propósito, semelhantes a rodas sólidas. Foram encontrados vestígios destes protótipos de rodas sob a forma do modelo de um balanço de madeira, que consistia num par de tábuas grossas curvadas e agarradas por barras redondas de madeira. Acredita-se que dois balanços semicirculares poderiam ter sido amarrados a blocos de pedra para formarem, com efeito, uma roda sólida que permitia rolar as pedras por uma rampa acima de forma bastante fácil, reduzindo assim em muito o tempo de construção. O único problema desta teoria é que os blocos utilizados para construir a Grande Pirâmide variavam consideravelmente no seu tamanho, o que significa que estes balanços só poderiam ser úteis para uma variação muito limitada no tamanho dos blocos. Contudo, esta teoria explica, melhor do que qualquer outra até ao momento, como algumas das dificuldades na construção da Grande Pirâmide poderiam ter sido ultrapassadas.
Outra, é a teoria rampa em espiral. Esta é ainda mais problemática, porque só teria uma largura de cerca de 2 metros ou menos para trabalhar, certamente não o suficiente para levar os trabalhadores e pedras do tamanho das usadas. Além disso, uma estrutura como a pirâmide teria que têm sido constantemente observada para manutenção da precisão geométrica à medida que progredia para cima e uma rampa em espiral teria tornado impossível manter a precisão geométrica da pirâmide.
Na realidade, e tendo falhado todas as teorias explicativas sob o método de construção da pirâmide, tem-se procurado encontrar algumas alternativas. Uma delas, consiste na ideia de havia uma rampa interna por onde os trabalhadores arrastaram os blocos até que chegarem aos cantos, altura em que o bloco seria reposicionado para outra equipa para o puxar até a próxima rampa. Além disso, os blocos de pedra calcária exteriores com o acabamento polido teriam sido posicionados e alinhados primeiro para garantir a precisão geométrica, e, em seguida, os blocos de arenito teriam sido posicionados atrás de si como material de enchimento. Isto significa que todas as câmaras internas foram construídas à medida que a pirâmide progredia para cima à luz do dia.
Apesar de já terem sido encontradas algumas evidências físicas que comprovam esta teoria, as mesmas carecem de comprovação.
Ao longo do interior da Grande Pirâmide as paredes estão completamente despidas de inscrições oficiais, levando muitos investigadores a proporem teorias alternativas à explicação aceite de que o edifício foi construído como um túmulo para o rei Khufu. Estes graffitis foram encontrados nas pedras de todas as câmaras de alívio que se encontram acima da Câmara do Rei, uma área de acesso tão difícil que é pouco provável que as pedras tenham sido inscritas depois de terem sido colocadas, como foi proposto por alguns. Uns graffiti muito importante é o que diz «Ano 17 do reinado de Khufu». Contudo, apesar de estas inscrições nos fornecerem provas de que Khufu teve de facto uma ligação com a pirâmide, não é indisputável que a pirâmide tenha tido origem com o faraó da 4.ª dinastia.
Têm sido propostas muitas teorias especulativas quanto à função da Grande Pirâmide, das quais a mais conhecida talvez seja a de que as 3 pirâmides desenhavam um mapa no solo das três estrelas da cintura da constelação de Orion e o Nilo representava a Via Láctea. Outros viram a Grande Pirâmide como um observatório astronómico, uma central de energia, um templo de iniciação ou o legado de uma super-raça de refugiados do continente perdido da Atlântida. Em 1993, o poço que sobe a partir do lado sul da Câmara da Rainha foi explorado por um pequeno robot de controlo remoto, equipado com uma câmara de vídeo. O robot trepou o estreito poço até uma distância de 65 metros até o caminho ser bloqueado por uma pequena porta de calcário com pegas de cobre. O poço foi examinado de novo em 2003, desta vez pelo Conselho Supremo Egípcio de Antiguidades, que utilizou um outro robot, e descobriram uma nova porta a apenas vinte e cinco centímetros para lá da primeira. O robot também explorou o poço a norte da câmara, onde descobriu o mesmo arranjo de duas portas de calcário. O que fica para lá destas portas misteriosas é uma questão que só será provavelmente respondida quando um novo robot, que está a ser desenhado e construído na Universidade de Singapura, examinar os poços.
Em Agosto de 2004, dois egiptólogos amadores franceses, Gilles Dormion e Jean-Yves Verd’hurt, afirmaram ter descoberto uma câmara até então desconhecida sob a Câmara da Rainha. Utilizaram um sistema de radar e análise arquitectónica e acreditam que essa câmara pode bem ser o túmulo do rei Khufu. No entanto, os pedidos para escavar nesse local foram imediatamente rejeitados por Zahi Hawass, representante do Conselho Supremo Egípcio de Antiguidades.
Parece que só agora, com a ajuda da Tecnologia do Século XXI, estamos a conseguir começar a sondar realmente os segredos da Grande Pirâmide. Contudo, ninguém consegue adivinhar se estas investigações irão revelar o corpo de Khufu, um arquivo ou um tesouro escondido. Quando os Egípcios construíram este vasto e complicado edifício, há pelo menos 4500 anos, a sua intenção foi provavelmente construir um enigma de pedra, um símbolo inescrutável dos mistérios da vida e da morte. Nisto foram admiravelmente bem sucedidos.