Tem-se especulado na internet e mesmo em alguns meios científicos sobre a possibilidade da existência de um corpo celeste de difícil classificação pela própria dificuldade de deteção, por refletir pouca luz, ainda pertencente ao nosso sistema solar, que se encontraria ou encontrará para além de Plutão. A esse corpo celeste ainda não determinado, dá-se o nome de Nibiru, Hercólubus, Planeta X ou a Nemesis. Este corpo terá uma órbita parecida à de um cometa, aproximando-se do Sol com uma frequência muito alargada e sempre que o faz, quando se aproxima da Terra, causa eventos catastróficos tais como a catástrofe que arruinou por completo a civilização atlante há cerca de 12 mil anos e será igualmente responsável pela destruição futura da nossa civilização, num evento que é cíclico.
Planeta X
Quando Neptuno foi descoberto com base na observação das perturbações orbitais de Urano, alguns astrónomos detetaram as mesmas irregularidades na sua órbita e propuseram que as mesmas eram causadas por um outro planeta que se encontrava nas proximidades. A este hipotético planeta deu-se o nome de Planeta X, sendo que neste caso, X é a letra x (incógnita, em matemática) e não o número romano 10 romano (X), apesar do número até coincidir, visto que o Planeta X se trata ou trataria, efetivamente do 10º planeta. Foi precisamente a busca pelo Planeta X que provocou a descoberta de Plutão, em 1930, que mais tarde seria “despromovido” da sua categoria de planeta e de Planeta X, uma vez que a sua massa não era suficiente para explicar as irregularidades então registadas na órbita de Neptuno.
Com o passar do tempo e com os crescentes avanços no campo da observação, seriam descobertos vários corpos celeste conhecidos como planetoides ou planetas anões: Haumea, Makemake, Éris (com uma massa superior à de Plutão) e ainda Sedna, um corpo com cerca de 1000 km de diâmetro, sendo constituído principalmente por uma mistura de gelo de água, metano e nitrogénio e tem uma orbita de cerca de 11 400 anos. Não há como explicar sua órbita, pois nunca está próximo o suficiente para ser afetado pelo Sol, mas também nunca está longe o suficiente para ser afetado por outras estrelas. Em suma, ainda não se sabe o que mantém Sedna ao Sistema Solar. Além disso, a maioria dos cometas que chegam ao Sistema Solar interior (para “dentro” da órbita da Terra) parece vir de uma mesma região da Nuvem de Oort.
Para a maioria dos astrónomos, a hipótese do Planeta X foi cabalmente rejeitada quando as missões das sondas Voyager e Pioneer permitiram recalcular as massas dos gigantes gasosos e não detetaram nenhuma forte atração gravitacional imprevista além da órbita de Neptuno.

Voyager 2
O Planeta Hercólubus
Hercólubus é muito conhecido entre os ocultistas, gnósticos e grupos esotéricos, será um suposto planeta, descrito pelo autor Joaquín Amortegui Valbuena (conhecido pelo pseudónimo de V. M. Rabolú), responsável pela destruição da Atlântida. Rabolu alega que Hercolubus se aproximará novamente da Terra e que a única forma da Humanidade se salvar do cataclismo seria a eliminação dos defeitos psicológicos e a projeção astral consciente.
Vários escritos dizem que Hercólubus foi avistado por observadores durante viagens astrais conscientes e a cosmologia suméria refere-se a um astro de proporções semelhantes, denominado Marduk que teria trazido do céu os deuses que criaram a civilização.
Hercólubus ganhou, alguma notoriedade com Samael Aun Weor, que alimentou o movimento gnóstico, na década de 1950, tendo sido o autor de cerca de 70 livros e fundador do atual Centro de Estudos dos Auto-Conhecimento. Ele costumava afirmar que os seus livros eram baseados em experiências suas que eram obtidas sobretudo por viagens ao “Mundo Astral“.

Samael Aun Weor
Ao que se sabe, Hercólubus do ponto de vista astronómico, não existe. Nem existe o sistema solar do qual se diz que ele é originário: Tilo. Hercólubus é um tema místico ou de ficção científica, já que um planeta 6 vezes maior que Júpiter teria um diâmetro aproximadamente 500 mil quilómetros, sendo pouco menor em tamanho que a metade do Sol. Um planeta tão descomunal seria visível até com o mais simples dos telescópios, mas nem os mais sofisticados observatórios o detetaram.
Nibiru
Nibiru (também traduzido como Neberu ou Nebiru) é um termo em acadiano que significa “cruzamento” ou “ponto de transição”, geralmente relacionado a rios. Na astronomia babilónica Nibiru (Dné-bé-ru ou Ni-bu-rum) é um termo do ponto mais alto da elíptica, ou seja, o ponto do solstício de verão e sua constelação relacionada. O estabelecimento do ponto do Nibiru é descrito na tábua V do épico Enuma Elish e associado ao Deus Marduk (o protetor da cidade da Babilónia), e que geralmente se acredita tratar-se do planeta Júpiter.
Nibiru é também o nome de um hipotético planeta proposto por Zecharia Sitchin que nada percebendo de ciências, baseando-se na ideia de que as civilizações antigas tinham feito contatos com extraterrestres, decidiu dizer que há um planeta gigante que passa pela Terra periodicamente e que traz uma raça de extraterrestres chamada Annunaki.
Para Zecharia Sitchin, Nibiru durante a formação do sistema solar foi atraído pelo Sol e chocou com outro planeta já alinhado chamado Tiamat, que se partiu ao meio dando origem à Terra e ao Cinturão de Asteróides, evento que ficou conhecido como Batalha Celeste.
Facilmente reconheço que Zecharia Sitchin das duas uma: acredita naquilo que imagina e por isso deveria ser considerado um caso especial ou não acredita mas decide fazer acreditar aos outros as mentiras que anuncia e assim lucrar com o engano dos outros.
Para Sitchin com os seus profundos conhecimentos astronómicos, essa enorme massa planetária, viria dos confins do sistema solar exclusivamente em direção à Terra, unicamente com o propósito dos anunnaki serem transportados para a Terra, ou seja, o gigantesco planeta seria apenas uma forma de transporte, já que os extremamente avançados annunaki não teriam naves espaciais e teriam de esperar uns longos milhares de anos para regressarem. Ficando ainda por explicar, como um planeta tão gigantesco no seu caminho para a Terra, não iria influenciar os outros planetas do sistema, que poderia desencadear mudanças quer de órbitra, quer mesmo de posição de planetas tais como Saturno e Júpiter.
Como se esta história já não fosse suficiente, foi reforçada por Nancy Lieder que disse que recebe comunicações telepáticas de Zeta Reticuli, e os seus habitantes lhe transmitiram que Nibiru vai colidir com a Terra.
Ela ficou famosa por dizer que os extraterrestres tinham-lhe dito que o cometa Hale-Bopp e mais tarde, o cometa Elenin, eram planetas que iria semear a destruição na Terra. Mas obviamente, se provou que eram de fato cometas e obviamente nada aconteceu.
Muitos crentes nestas crenças acreditaram nelas e seguem-nas, não procurando verificar as fontes e tão pouco procurar alguma verdade científica, como por exemplo entender que Nibiru era realmente o nome de um planeta para os sumérios, mas eles referiam-se a Júpiter e não a qualquer planeta extra no sistema solar.
A Nemesis ou a irmã do Sol
Existe uma outra teoria que considero a mais interessante de todas, embora seja uma teoria hipotética no campo da astronomia. As estimativas apontam que em cada 3 estrelas da Via Láctea uma delas tenha uma companheira, o que faria com que o nosso sistema solar fosse um sistema binário de estrelas, trata-se de uma teoria pouco provável pela ausência de um campo gravitacional que denunciasse a existência de Némesis, sendo por isso uma hipótese
Esta teoria foi postulada na década de 1980, sustenta a existência de um corpo com 3 a 5 massas de Júpiter e corpo com uma orbita de 26 milhões de anos em volta do Sol, trata-se de uma estrela vermelha ou anã castanha a que deram o nome de Némesis que quando atravessa a Nuvem de Oort, lança milhares de asteroides e cometas para todos os lados, muitos dos quais acabam por chegar à Terra causando assim grandes extinções da vida no planeta, como por exemplo a extinção KT que ocorreu há 65 milhões de anos.

Impacto de um asteróide. Fonte: NASA.
Esse objeto, seria praticamente indetectável no visível, mas muito brilhante no infravermelho. Será um objeto, muito pequeno, distante e seria muito lento, que facilmente passa despercebido nas observações.
Mas vamos supor realmente há uma anã castanha – essa estrela falhada – seria facilmente detetada por infravermelhos. Os mais distraídos assumem que só se veem os objetos no céu através da luz visível, mas a verdade é que podemos ver os objetos de diferentes formas, em diferentes comprimentos de onda. E no caso das anãs castanhas, elas são detetáveis em radiação infravermelha, logo, imaginar que existe uma anã castanha no sistema solar é um disparate de quem não sabe sequer o mais básico sobre radiação eletromagnética.
Em conclusão, os crentes nestas teorias, consideram que a sua crença é a única que está certa e estão na posse do conhecimento que irá salvar o mundo. Consideram que estamos num mundo ameaçado e toda a humanidade é vítima de uma fraude, de um engano por parte de toda a comunidade cientifica, incluindo os astrónomos amadores que ao longo de séculos e séculos deram um contributo para as descobertas e para o conhecimento. Consideram a sua falta de conhecimento mais valiosa que o conhecimento dos outros, mesmo que os seu conhecimento seja feito com base em fóruns de internet a lerem cientistas duvidosos ou escritores sem qualquer tipo de reputação, fundamentação ou simplesmente obtiveram esse conhecimento através de contatos com extraterrestres ou por comunicação telepática.
Devemos olhar unicamente para os factos, apesar destas teorias parecerem muito interessantes. Neste fórum, procuramos não seguir crenças e não acreditar em mentiras descaradas e sem qualquer fundamento histórico ou científico. Usamos o pensamento crítico, científico, racional ao invés de usarmos a pseudoastronomia ou pseudociência. Milhares de cientistas, astrónomos estudam estes assuntos e dão sugestões e explicações científicas com base em profunda análise e estudo. Do outro lado do campo, temos escritores de teorias conspirativas que nada sabem do assunto, não observam, não experimentam. Quem estará correto? Não me parece que seja difícil escolher.
Obrigado pela mente aberta.