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Existe vida extraterrestre no Universo?

extraterrestreUm dos maiores mistérios que intriga muitas pessoas é a existência, ou não, de vida extraterrestre no nosso imenso Universo.

Existe muita conversa em torno desta questão e muitas teorias de fãs em ufologia, incluindo teorias da conspiração entre nações e extraterrestres. Muito sinceramente, na minha opinião, não passa tudo de embustes sem sentido nenhum. Não quero dizer com isto que coloque totalmente de parte a existência de outras formas de vida inteligentes! Num Universo tão imenso quanto ao nosso, acho quer seria ter uma atitude demasiado “terra-centrista” se afirmasse que nós vivemos no único planeta que tem vida inteligente.

Contudo, não vou falar das teorias de extraterrestres nem de criaturas verdes ou cinzentas com uns enormes olhos pretos. Vou falar sim, de factos científicos e a possibilidade de encontrarmos vida microbiana, até mesmo no nosso sistema solar.

extraterrestreGraças ao empenho de vários observatórios espaciais e, especialmente, das missões da NASA, têm sido feitas muitas e importantes descobertas científicas. A procura de vida noutros planetas e luas, tem sido uma das prioridades de várias equipas de estudos científicos.

Para o efeito, é necessário encontrar vestígios de água, o que é vital para a possibilidade de existir qualquer tipo de vida biológica. E o que é animador, é que já foram feitas descobertas interessantes nesse sentido e que iremos abordar mais adiante.

A análise da composição atmosférica de qualquer planeta, ou lua, é também um ponto chave importante na pesquisa de vida, já que uma atmosfera com indícios de oxigénio, nitrogénio e outros gases necessários ao desenvolvimento de vida, poderá ser um indicador interessante. Já a procura de uma atmosfera, com características semelhantes à da Terra, deverá ser posta de parte em qualquer outro corpo celeste no nosso sistema solar. Contudo, não deixa de ser uma procura interessante à medida que se vão encontrando planetas noutros sistemas planetários, os chamados de exoplaneta ou planeta extra-solar.

Planeta Marte

extraterrestreCom o sucesso da missão “Curiosity” em Marte, os cientistas têm obtido informações muito importantes deste nosso planeta vizinho. As análises efectuadas ao planeta vermelho, indicam a existência de moléculas de água na atmosfera, o que conduz à possibilidade de terem havido oceanos e lagos num passado distante, cobrindo cerca de 20% do planeta à cerca de 4,5 biliões de anos atrás. A própria “Curiosity” terá encontrado uma cratera que poderá ter sido o leito de um enorme lago no passado, o que reforça a tese de ter existido água no planeta. A controvérsia pode surgir quando verificamos que a temperatura em Marte pode variar entre os -125ºC e os 20ºC, conforme as estações do ano neste planeta. Neste caso, a temperatura do planeta terá sido mais quente no passado, permitindo a existência de água no seu estado líquido. Mas temos ainda outra evidência e esta está nas calotes polares do planeta vermelho, que são formadas por gelo.

Mas, assim sendo, o que aconteceu à água? A resposta mais credível, através da análise atmosférica do planeta, sugere que esta foi sendo evaporada ao longo dos anos. Por sua vez, a radiação solar pode ter decomposto a água nos seus elementos de hidrogénio e oxigénio, tendo o hidrogénio escapado para o espaço. Outros investigadores sugerem que possa ainda existir água em abundância em reservatórios no subsolo do planeta.

extraterrestreNão entrando em mais detalhes sobre estes dados, que podem ser lidos nos links indicados nas referências deste artigo, voltemos à questão principal, a existência de vida! Tendo o planeta, nos seu longínquo passado, ter tido grandes quantidades de água, existindo a presença de CO e CO2 na atmosfera do planeta, assim como outros gases, é muito provável que tenha existido vida, pelo menos microbiana, no planeta. Muitos especulam que ainda hoje poderá haver este tipo de vida, especialmente nos possíveis reservatórios de água que possam existir no subsolo ou, até mesmo, à superfície. Para este último caso, os investigadores baseam-se no facto de existirem micróbios no Atacama e nos vales secos da Antárctica, ambos áridos e com temperaturas extremamente baixas. No caso dos vales da Antárctica, existem micróbios que vivem nas rochas e que, estando em profundidades suficientes para se protegerem das elevadas radiações UV, existentes nesta zona, estão também suficientemente perto da superfície para beneficiarem do fenómeno da foto-síntese. As características únicas desta zona do nosso planeta, não se distanciam muito da realidade da superfície de Marte. Assim, os investigadores encontram os argumentos necessários para especular na possível existência de micróbios em Marte, caso alguma vez se tenha desenvolvido vida neste nosso planeta vizinho.

A verificarem-se todas estas teorias, podemos concluir que o planeta vermelho já teve vida e que ainda a poderá ter. Mas não, não estamos a falar de marcianos com umas antenas na cabeça e tal, estamos a falar da tal vida microbiana!



Europa, lua de Júpiter

extraterrestreApós ter dado alguma ênfase merecida ao nosso planeta vizinho, vamos ver um dos mais promissores corpos celestes que temos, no nosso sistema solar, a poder ter vida extraterrestre: A lua de Júpiter – Europa. As observações feitas a esta lua de Júpiter indicam que existe uma camada de gelo na superfície da lua e que, por baixo desta, um oceano de água salgada. E, aparentemente, no fundo deste oceano, estará a superfície rochosa do satélite, o que permitirá várias reacções químicas complexas e interessantes para o desenvolvimento de vida, especialmente no caso de se verificar a existência de fontes hidrotermais. A possibilidade de existirem tais fontes tornou-se bastante consistente quando em 2012, o telescópio Hubble detectou erupções de géiseres, apesar de pesquisas seguintes não terem ainda comprovado a sua existência.

Por volta de 2020, a NASA irá lançar uma missão para colocar uma sonda para explorar as composições químicas da lua Europa, assim como o seu campo magnético. Os dados que forem recolhidos, poderão dar um grande impulso à tese de existirem formas simples de vida, para lá de apenas vida microbiana. Infelizmente, a sonda não irá ter meios de detectar a existência de vida, até porque ainda falta o conhecimento necessário para desenvolver tais meios. Contudo, a possível existência de vida extraterrestre na lua Europa é mais um passo para alimentar a questão de que não estamos sós. Não na forma de vida humana, tal como nós conhecemos, mas na forma de pequenos seres vivos, quiçá semelhantes aos que terão surgido no nosso planeta e que tiveram a hipótese de se desenvolverem, graças às características da nossa atmosfera, única no nosso sistema solar, e terem gerado a vida que hoje conhecemos.

Exoplanetas ou planetas extra-solares

extraterrestreAh! Os exoplanetas! Aqui reside a esperança dos fãs da ufologia. Mas primeiro, o que é um exoplaneta? Para quem não sabe, são planetas descobertos para lá do nosso sistema solar. Quando observamos as estrelas no céu, sabemos que estas são sóis. Sem detalhar, os sistemas extra-solares podem ter sóis parecidos com o nosso, bem maiores que o nosso e até sistemas binários, ou seja, dois sóis. Em torno destes, podem haver planetas tal como acontece no nosso sistema solar. À medida que a tecnologia e o conhecimento científico vão-se desenvolvendo, também os equipamentos para detectarem planetas, em sistemas extra-solares, vão sendo cada vez mais precisos. De acordo com o Wikipédia, estima-se que até 27 de Março de 2014 tenham sido descobertos 1799 exoplanetas, 904 deles descobertos em 2014! O maior interesse na pesquisa de exoplanetas, especialmente para os que procuram vida, é mesmo encontrar um planeta com características semelhantes ao nosso, de forma a poder, eventualmente, conter formas de vida para lá da microbiana. Para os mais arrojados, até mesmo vida inteligente onde até mesmo nós pudéssemos lá viver.

extraterrestreMas, para que tal aconteça, um planeta destes deverá ter características muito especiais, tais como nós temos no nosso planeta Terra. Além da existência de água e de uma atmosfera de composição análoga à nossa, é necessário que o planeta esteja numa zona habitável! Isto é, num intervalo entre uma distância mínima e uma distância máxima do sol, onde a água poderá existir no seu estado líquido, na superfície do planeta. Planetas demasiado perto de um sol terão temperaturas muito elevadas e planetas demasiado longe, temperaturas muito baixas. No nosso planeta Terra, o facto de termos uma lua em órbita do planeta, é também outro factor chave para a nossa existência. Ou seja, temos um conjunto de factores condicionantes para que um planeta possa ser habitável!

O “alarme” voltou a soar para os que procuram planetas, com estas características, com a descoberta do planeta “Kepler-186f”, um planeta de dimensões semelhantes às da Terra e no limite máximo da zona habitável. Contudo, alguns sugerem que seja um planeta rochoso e a sua composição é desconhecida. Este planeta situa-se no sistema “Kepler-168”, na constelação de Cygnus, a 500 anos-luz da Terra. Tem um diâmetro cerca de 10% maior que o nosso e uma órbita solar de 130 dias.

Entretanto, já outros planetas tinham sido colocados no nosso “catálogo dos planetas em zona habitáveis”. Outro exemplo é o caso do planeta “Kepler-62f”, com um diâmetro cerca 40% maior que o da Terra e uma órbita de 267 dias. Está a cerca de 1200 anos-luz da Terra e situa-se na constelação de Lira.

A descoberta destes exoplanetas é, sem dúvida nenhuma, bastante interessante e entusiástica. Porém, e como já foi referido, estes não são os únicos factores para que um planeta possa ser mesmo habitável e possa conter vida tal qual como nós a conhecemos na Terra. Tudo o que se possa dizer sobre a existência de vida nestes planetas, em zonas habitáveis, será sempre pura especulação até que um dia, quem sabe, atinjamos a tecnologia necessária para explorar todos os pormenores e características deles.

Até lá, os fãs da ufologia e todos aqueles que procuram ansiosamente por planetas irmãos à Terra, terão que aguardar!



Este artigo foi escrito de acordo com a antiga grafia.

Referências:

O artigo encontra-se também disponível numa versão no YouTube com legendas em Português (active-as com o botão CC).

About Carlos Santos

Frequência em mestrado de Engenharia Electrotécnica e de Computadores. Programador freelancer: Websites, Aplicações Web (JAVA e PHP), J2SE/J2EE, C/C++ e Android. Explicador e formador em informática, matemática e electrotecnia. Formação presencial ou remota através de Skype e Team Viewer. Interesses: Música, áudio, vídeo, ciência, astronomia e mitologia.

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