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I Guerra-Mundial

“Na décima primeira hora, do décimo primeiro dia do décimo primeiro mês, calam-se as armas”.  Assim, estabelecia o acordo de paz que colocou fim à I Guerra-Mundial.  A Primeira Guerra Mundial, durou de 1914 a 1918, foi considerada até à II Guerra-Mundial como a mais terrível das guerras. Por este motivo, tornou-se conhecida durante muito tempo como “A Grande Guerra”.
Na segunda metade do século XIX, o capitalismo financeiro e industrial nascidos do colonialismo e da Revolução Industrial, favoreceu principalmente, as nações que expandiram significativamente o seu território em direcção a outros continentes. É nesse cenário que se desencadearam os principais problemas que culminaram no conflito mundial.
Em 1870, a Alemanha atingiu a unificação através da política de ferro de Bismarck e ao derrotar da França na Guerra Franco-Prussiana. A Alemanha passou a controlar a Alsácia e Lorena, uma região rica em ferro, que foi importantíssima para o desenvolvimento da sua indústria. Por seu lado, a França, na década posterior, desenvolveu um forte sentimento de revanche, o que provocava uma enorme tensão entre os dois países. A tensão agravou-se quando Bismarck estabeleceu uma aliança através de acordos comerciais, financeiros e militares, com a Áustria-Hungria e com a Itália, que ficou conhecida como Tríplice Aliança. Como resposta, a França fez acordos do mesmo género com a Rússia. A Inglaterra, a maior potência do mundo, temendo a Alemanha, acabou por aliar à França e à Rússia, formando assim a Tríplice Entente.
As hostilidades entre as duas grandes forças veio com o assassinato do arquiduque Francisco Fernando, herdeiro do trono da Áustria-Hungria em 28 de Janeiro de 1914, em Sarajevo, capital da Bósnia. A Áustria aproveitou a oportunidade deu um ultimato à Sérvia para solucionar o caso do assassinato de Francisco Fernando. A Sérvia com o apoio da Rússia, negou-se a ceder à pressão. Assim, a 28 de Julho, a Áustria-Hungria declarou-lhe guerra. No dia seguinte, a Rússia mobilizou o exército, e a Alemanha exigiu para que a parasse. A Rússia recusou e na madrugada de 1º de Agosto, a Alemanha declarou-lhe guerra, seguida pelo império Austro-Húngaro. No mesmo dia, a Alemanha questionou a França se tencionava manter-se neutra, mas a França respondeu de forma bastante enigmática que “agiria segundo os seus interesses”. Na madrugada do dia 4, as tropas alemãs seguindo o plano militar, invadiram a Bélgica – que era neutra – para surpreender os franceses. Alarmado com a perspectiva da invasão da França, o governo britânico declarou guerra à Alemanha na noite de 4 de Agosto.
Ao longo da guerra, o uso de novas armas, aperfeiçoadas pela indústria, aliado a novas invenções como o avião e os tanques, trouxe horrores nunca assistidos na guerra. Milhares de homens morreram instantaneamente em bombardeios ou envoltos em imensas nuvens de gás tóxico. As principais formas de táctica militar eram a guerra de trincheiras, ou guerra de posições, que tinha por objectivo a protecção de territórios conquistados; e a guerra de movimento, ou de avanço de posições, que era mais ofensiva e contava com armamentos pesados e infantaria equipada.



O ano de 1917 foi decisivo no contexto da “Grande Guerra”. Nesse ano, a Rússia derrotada na frente oriental e a braços com a revolução, retirou-se da guerra através do Tratado de Brest-Litovsk com a Alemanha. Os alemães iniciam uma última ofensiva na frente ocidental, mas mais uma vez não conseguem tomar Paris. Ainda em 1917, os Estados Unidos entraram na guerra ao lado da Inglaterra e da França contra a Alemanha. Em Julho, inicia-se a contra-ofensiva aliada na França, levando à retirada alemã. Em Setembro, dá-se a capitulação da Bulgária e em Outubro do Império Otomano. Em 3 de Novembro, o Império Austro-Húngaro desintegra-se e no dia 9, irrompe uma revolução republicana na Alemanha, precipitando a fuga do Kaiser Guilherme II. No dia 11, o novo governo alemão assina um armistício com os Aliados.
O saldo de mortos durante os cinco anos da Primeira Guerra foi de um total de 11 milhões. Esse tipo de mortandade acelerada e terrivelmente impactante tornou a repetir-se na Segunda Guerra Mundial.
A I Guerra-Mundial, não foi meramente uma guerra, mas chacina, crueldade, estupidez, inocência e barbaridade. O conflito teve por consequência o fim do império russo, otomano, francês, austro-húngaro, alemão e início da decadência do império britânico. Por outro lado, viu nascer nacionalismos e das ditaduras totalitárias que trariam 20 anos depois um conflito ainda maior. Foi o fim da chamada ” velha Europa”, salva na última hora pelos Estados Unidos.
A História e até as leis da física, ditam que tudo se repete e que o passado de uma forma ou de outra, volta para nos testar e às vezes para nos atormentar. Lamentavelmente, os seres humanos apenas conheçam estímulos inferiores e que se entreguem incondicionalmente a ideias mais radicais que incite os seus instintos mais baixos, fomente os seus vícios como o nacionalismo, o isolamento e a brutalidade.
Somos uma espécie capaz de sentir, mas também da barbaridade. Por entre as rodas da maquinaria moderna, por entre a tecnologia de informação ou da manipulação do átomo e da vida, esconde-se talvez uma criatura assustada, talvez abandonada à sua sorte.

About João Fernandes

Licenciado em Relações Internacionais; Business Manager da Webmind; Blogger e múltiplos interesses nas áreas das ciências, tecnologia, História e política. Trabalha como freelancer em websites e publicidade.

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