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Com a rendição da Alemanha, em 8 de maio de 1945, os Aliados decidiram dividir a Alemanha em quatro zonas, ocupadas pelos Estados Unidos, Grã-Bretanha, França e União Soviética. Rapidamente as relações entre os antigos aliados passaram de cooperativas para competitivas. Em 1949, os três sectores ocidentais passaram a constituir a República Federal Alemã (RFA) e o sector oriental tornou-se na República Democrática Alemã.
Para evitar a fuga de pessoas para o Ocidente, na madrugada do dia 13 de Agosto de 1961 iniciou-se a construção do muro de Berlim que passou a ser apelidado de “Muro da Vergonha”. Dezenas de milhares de famílias e amigos, um de cada lado, passaram quase três décadas sem se verem.
O muro tinha 66,5 Km de gradeamento metálico, torres de observação, redes metálicas electrificadas e um posto militar conhecido como Checkpoint Charlie era o único ponto de travessia. Além da barreira física, o muro também simbolizava a divisão ideológica do mundo em 2 blocos antagónicos.
No dia 12 Junho de 1987, o presidente americano Ronald Reagan – fez o célebre discurso diante das portas de Brandemburgo:
“General Secretary Gorbachev, if you seek peace, if you seek prosperity for the Soviet Union and Eastern Europe, if you seek liberalization, come here to this gate. Mr. Gorbachev, open this gate. Mr. Gorbachev…Mr. Gorbachev, tear down this wall”
O final da década de 80 é marcado pelo colapso da União Soviética e o levantamento popular por toda a Europa contra os sistemas autoritários. Em 1989, os alemães fugiram maciçamente da R.D.A via Hungria e Checoslováquia. Era uma verdadeira rejeição do sistema económico e político. O líder da RDA Egon Krenz que substituiu Erich Honecker, perdeu o apoio de Gorbachev e não teve outra alternativa do que aceitar a abertura das fronteiras.
Na verdade a decisão de abertura do Muro, a 9 de Novembro de 1989, acaba por ser feita graças a um caricato erro burocrático. Anotações sobre as novas regras foram entregues a um porta-voz, Günter Schabowski, que não teve tempo de lê-las antes de anunciá-las.
“As viagens particulares para fora do país agora podem ser solicitadas sem pré-requisitos”, afirmou. Os jornalistas pediram então mais detalhes.
Com base em suas anotações, Schabowski disse que, até onde sabia, a medida tinha eficácia imediata, quando na verdade as medidas teriam efeitos nos dias seguintes. Mas era tarde demais, pois milhares de pessoas correram até junto do muro e os guardas completamente surpreendidos acabaram por abrir as portas.
Naquela noite, os berlinenses muniram-se de picaretas e destruíram o símbolo da Guerra-Fria, transformando-o em pedaços que levaram para casa como uma “inocente” recordação da história da sua cidade.
A 31 de Agosto de 1990, a Alemanha retomou a sua unidade e plena soberania, sendo livre de decidir o seu destino. O país resultante desta unificação, passa a ser a nação mais populosa e mais poderosa da Europa comunitária.
