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11 de Setembro – Um olhar diferente

A 11 de Setembro de 2001, um grupo de terroristas ligados à Al-Qaeda, sequestrou quatro aviões comerciais civis. Dois destes aviões despenharam-se contra as duas “torres gémeas” do World Trade Center, provocando o colapso dos dois edifícios. Um terceiro avião despenhou-se contra o edifício do Pentágono, em Washington, e um quarto, presumivelmente dirigido à Casa Branca, despenhou-se num campo na Pensilvânia, depois de oficialmente os passageiros terem dominado os sequestradores. Na sequência do ataque, provocaram a morte a 2996 pessoas, e ferimentos em mais de 6.000.

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Ruínas do World Trade-Center

O 11 de Setembro de 2001 representou o inicio de uma nova era no plano internacional. Os ataques tornaram legítimos todos os alvos civis e militares. O mundo parece hoje mais perigoso do que nunca. O carácter indiscriminado das acções terroristas foi levado a novo patamar pelo Estado Islâmico
O chefe da rede terrorista Al-Qaeda, Ayman al-Zawahiri, ameaçou repetir “milhares de vezes” os ataques do 11 de Setembro: “O 11 de Setembro é o resultado dos vossos crimes contra nós”, afirmou Al-Zawahiri dirigindo-se aos Estados Unidos.
Al-Zawahiri apela à união dos jihadistas e exorta os afro-americanos a converterem-se ao Islão para se “protegerem” das leis dos Estados Unidos que afirmou serem controladas “pela maioria branca”.
Uma das consequências imediatas do 11 de Setembro, foi o de os EUA alteram o seu paradigma de defesa e iniciaram o seu combate antiterrorista contra a Al-Qaeda, talibãs afegãos e o grupo jihadista Estado Islâmico, principal rival da Al-Qaeda e que ocupa largas faixas de território na Síria e Iraque.
A actual lei americana, permite ao presidente usar de todos os meios necessários contra as nações, organizações ou pessoas que determinar terem planeado, autorizado, cometido ou auxiliado ataques terroristas”, assim como contra os que “abrigaram estas organizações ou pessoas”. De acordo com isto, os EUA podem na prática lançar drones, bombardear alvos na Síria, Iraque, Líbia, Somália, Afeganistão, Paquistão, Iémen, ou para mobilizar forças especiais em qualquer país.
Muito se fala que o mundo mudou em consequência do ataque, mas para quem vive na Líbia, Egipto, Iraque, Afeganistão, Iémen ou Síria o mundo mudou ainda mais.
O próprio conceito de guerra modificou-se seriamente. Os Estados Unidos abandonam o conceito de guerra tradicional de colocarem milhares de tropas no terreno com custos dramáticos em termos económicos e vidas humanas. Hoje, os bombardeamentos são levados a cabo por drones, permitindo o bombardeamento de alvos na Síria, Iraque e Afeganistão. Em consequência, acredito que o Daesh está condenado a médio prazo, no entanto, tenho ainda menos dúvidas que outros grupos radicais o irão substituir, como sejam os curdos ou outros grupos ainda mais radicalizados.
O mais preocupante ainda é a incapacidade de operacionalidade do mundo ocidental relativamente ao radicalismo e ao extremismo. Os europeus curvam-se perante as ameaças e deixam-se intimidar pela ameaça, pela tirania pelo despotismo. Os europeus curvam-se vergados pela culpa ou pela sua democracia e as consequências serão tudo mais do que dramáticas. Os atentados contra a Europa multiplicam-se. Os radicais à medida que são esmagados pela força do poder bélico, dos serviços de inteligência e pela aviação moderna dos Estados Unidos e da Russia, passam a lançar ataques mortíferos contra alvos civis como mulheres, crianças ou quem se passeia na praia, É por isso inevitável que os atentados continuem e no caso dos europeus, temos de fazer uma escolha entre curvar perante o terror ou mudar o paradigma. Creio que qualquer que seja a escolha, a derrota é certa.
A guerra está perdida na velha Europa, pois esta carece de políticos à altura. Políticos como Hollande, Angela Merkel, uma Espanha sem governo ou Theresa May, deixam a Europa sem qualquer hipótese e não creio que dentro dos partidos desses países existiam alternativas de força e sim mais do mesmo.
Finalizo, dizendo: “Pobre Europa! O panorama parece-me demasiado perigoso, pois sem uma força política, económica, sem coesão, sem União Europeia e medo de terrorismo, não me parece que isto vá acabar bem.
Sempre que a Europa chegou a uma fase de impassividade, as coisas acabaram em tragédia e a Rússia está à espera da sua oportunidade e certo estou que não tardará em chegar.
Homenagem a todas as vítimas de tirania e do radicalismo.

About João Fernandes

Licenciado em Relações Internacionais; Business Manager da Webmind; Blogger e múltiplos interesses nas áreas das ciências, tecnologia, História e política. Trabalha como freelancer em websites e publicidade.

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