Mercúrio é o planeta mais próximo do Sol, e o mais pequeno do sistema solar. Recebeu o nome do deus romano do comércio, das viagens e dos ladrões. Mercúrio é conhecido pelo menos desde o tempo dos Sumérios. Os gregos chamava-lhe de Apolo pela sua aparição como estrela da manhã e Hermes como estrela da noite.
A órbita de Mercúrio é excêntrica; no periélio está apenas a 46 milhões de km do Sol, mas no afélio está a 70 milhões. No periélio gira à volta do Sol a uma velocidade muito baixa. Sabe-se que Mercúrio gira três vezes em cada dois dos seus anos. Mercúrio é o único corpo do Sistema Solar que tem uma ressonância orbital/rotacional com uma relação de 1:1. Este facto e a alta excentricidade da órbita de Mercúrio iriam produzir efeitos muito estranhos para um observador na superfície de Mercúrio. A algumas longitudes o observador iria ver o Sol nascer e depois aumentar o seu tamanho gradualmente à medida que se movia para o zénite. Neste ponto o Sol pararia, alternava o seu percurso brevemente e pararia outra vez antes de resumir o seu caminho até ao horizonte e diminuir o seu tamanho aparente. Enquanto isso, as estrelas mover-se-iam três vezes mais depressa no céu. Observadores noutros pontos da superfície de Mercúrio veriam diferentes mas igualmente bizarros movimentos.
As variações da temperatura em Mercúrio são extremas , estando entre os 100 K e os 700 K. A temperatura de Vénus é ligeiramente mais quente mas muito estável.
Mercúrio possui uma superfície marcada por crateras e é extremamente denso (5,43 gm/cm3). Isto indica que o denso núcleo de ferro de Mercúrio é relativamente maior que o da Terra, provavelmente constituindo a maioria do planeta. Sendo assim, Mercúrio tem apenas um manto e uma crosta muito finas. O interior de Mercúrio é dominado por um grande núcleo de ferro cujo raio varia entre os 1800 e os 1900 km. A camada exterior de sílica (análoga ao manto e crosta da Terra) tem apenas entre 500 e 600 km de espessura.
Mercúrio tem uma atmosfera finíssima que consiste em átomos ejectados da sua superfície pelo vento solar. Devido a ser tão quente, estes átomos rapidamente escapam para o espaço. Por isso, em contraste com a Terra e Vénus, cujas atmosferas são estáveis, a atmosfera de Mercúrio está constantemente a ser reabastecida.
A superfície de Mercúrio exibe enormes escarpas, algumas com centenas de quilómetros de comprimento e quase três de altura. Algumas cortam através dos anéis das crateras e outras características geográficas são de tal forma que indicam que foram formadas por compressão. Estima-se que a superfície foi encolhida em 0,1% (ou uma diminuição de 1 km no raio do planeta). Uma das maiores características da superfície de Mercúrio é a “Bacia Caloris”, com cerca de 1550 km de diâmetro. Pensa-se que seja semelhante às grandes bacias (mares) da Lua. Tal como as bacias lunares, foram provavelmente criadas por um grande impacto no princípio da formação do Sistema Solar. Este impacto foi provavelmente responsável pelo terreno estranho exactamente no lado oposto do planeta.
Em paralelo com o terreno repleto de crateras, Mercúrio tem planícies relativamente planas. Algumas podem ser o resultado de antigas actividades vulcânicas, mas outras da deposição de material ejectado das crateras de impacto. Os dados enviados pela Mariner foram reavaliados e fornecem dados preliminares de vulcanismo recente em Mercúrio. Mas mais estudos precisam de ser efectuados para se ter confirmação. Surpreendentemente, observações efectuadas por radar mostram que o pólo Norte de Mercúrio (uma região não mapeada pela Mariner 10) mostra provas de gelo nas regiões protegidas pela sombra de algumas crateras.
Mercúrio tem um pequeno campo magnético cuja força é de cerca de 1% do da Terra.
Dado que a Terra tem uma órbita exterior à de Mercúrio, a sua observação é muito difícil, pois surge sempre próximo do Sol no céu. Por vezes levanta-se antes do nascer do Sol, por vezes põe-se depois do pôr do Sol, mas de tal forma próximo destes eventos que nunca é visível quando está realmente escuro. O ângulo máximo que se afasta do Sol no céu é de 28º, o que quer dizer que é visível, no máximo, duas horas antes do nascer do Sol ou duas horas depois do pôr do Sol, eventos esses que não determinam uma transição imediata entre luz e obscuridade.